Itapetininga cresce e sua história precisa ser atualizada

Silas Gehring Cardoso
Itapetininga,que está comemorando 243 anos, exatamente hoje, tem uma história riquíssima que todos já conhecem. Suas origens, seu perfil no passado, suas tradições, etc. Excelentes obras retratam essa sua história. Entre tantas outras, podemos citar os livros de Neto Caldeira (1934). Galvão Junior (1956) e Carlos Fidêncio (1970). Mais recentemente, novas obras de autores conceituados foram lançadas. A história de algumas famílias que, inclusive, projetaram nosso município no Estado e no país, igualmente já é amplamente conhecida e merece continuar sendo cultivada.

No entanto, é preciso que se leve em consideração que muita coisa nova aconteceu. A cidade hoje não é mais apenas o centro velho. Ela cresceu em várias direções. Recebeu imigrantes vindo das mais diferentes partes do mundo, que ajudaram a criar a nossa riqueza, tanto material quanto cultural. Famílias das mais diferentes origens criaram vilas, estruturaram comunidades, enfim, deram a sua parcela de contribuição para a construção do que hoje é Itapetininga. Será uma grave injustiça se continuarmos apenas a repetir a velha história sem olhar para esse enorme contingente, que mudou a geografia de nossa cidade e que contribuiu substancialmente para aquilo que de mais bonito temos que é a mescla de diferentes povos e raças.

Particularmente no que diz respeito à imigração, ela deve merecer um capítulo todo especial na readequação de nossa história. A agricultura, por exemplo, foi enormemente alavancada pela imigração japonesa. Há famílias de origem nipônica que tiveram e continuam tendo um papel de grande projeção e que ainda não tiveram seus nomes inseridos nos anais da história. O contingente sírio-libânes, que propiciou um grande salto ao nosso comércio, igualmente ainda não recebeu o merecido reconhecimento. A colônia italiana e seus descendentes, registram uma participação muito maior do que aquela que até aqui consta nas obras já escritas. Outros contingentes também têm sido injustiçados, como os armênios, os alemães, os austríacos, os suíços, os judeus, os poloneses e, mais recentemente, os chineses e contingentes de países latino-americanos. Todos vieram dar sua parcela de contribuição e merecem ser destacados. Todos passaram a ser brasileiros, paulistas e itapetininganos.

A diversidade cultural e religiosa também até aqui não foi devidamente avaliada. Hoje, por toda a região urbana e por toda zona rural existem casas religiosas das mais diferentes denominações. Como existem associações culturais buscando manter tradições que devem ser preservadas. Todo esse riquíssimo patrimônio espiritual precisa merecer uma maior atenção da imprensa e dos historiadores, que precisam enxergar que os horizontes estão mudando e que ao lado da necessária preservação das tradições passadas, é preciso olhar e reconhecer a nova realidade, dando uma valorização justa e equilibrada a todos os segmentos. A imprensa é que precisa "acordar consciências" para essa nova realidade, e mais que isso, talvez até dar o pontapé inicial em novo trabalho com essa abrangência. É uma questão de justiça que deve se nortear por um correto grau de avaliação da nossa realidade.



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